sábado, 23 de janeiro de 2010

PELOURINHO


A primeira referência à terra de Fráguas data de 961, constando da carta de doação da igreja da localidade ao Mosteiro de Arouca, por Ansur e sua mulher. Em 1128, D. Teresa instituiu o couto de Fávregues , origem do antigo concelho. Durante a Idade Média, a povoação teve o nome de Fábregas ou Frávegas, sendo já designada de Frágoas no foral que D. Manuel lhe outorgou, em 1514. O estatuto concelhio manteve-se até 1895, quando foi extinto, mas apenas para ser restaurado em 1898, já com a actual designação de Vila Nova de Paiva. Conserva ainda o pelourinho, certamente construído após o recebimento do foral manuelino, que se ergue num largo ao qual deu o nome.
O pelourinho ergue-se sobre um soco de três degraus quadrangulares de aresta, o térreo quase inteiramente embebido no pavimento. A coluna assenta directamente sobre o degrau superior, erguendo-se em fuste de secção octogonal e faces lisas. A coluna é encimada apenas pelo remate, mas a parte inferior deste, talhada em troço de pirâmide quadrada invertida, funciona como um incipiente capitel. O remate propriamente dito é em forma de castelo, composto por um bloco cúbico com os cantos prolongados superiormente em quatro pequenos paralelepípedos, ao modo de merlões. No centro destas eleva-se uma curta peça cilíndrica rematada por uma esfera achatada nos pólos, semelhante a uma cúpula. Ao centro de cada face, e nos ângulos do remate, estão esculpidas oito carrancas toscas. Estas são tradicionalmente consideradas como alusões à família de D. Aleixo de Figueiredo, castigada por acolher D. António, prior do Crato, durante as lutas pela independência do Reino. Evidentemente, a datação atribuível ao monumento, dos alvores de Quinhentos, não permite este género de interpretação. SML (IPPAR )